O nome de Roberval de Andrade, que fez fama no automobilismo nacional como campeão da Fórmula Truck, agora aparece no centro de um escândalo policial em São Paulo. No dia 25 de junho de 2025, a Polícia Federal e o Ministério Público do Estado deflagraram uma operação cinematográfica que resultou na prisão do ex-piloto e de dois policiais civis: Sérgio Ricardo Ribeiro, ligado ao Denarc (Departamento de Investigações sobre Narcóticos), e Marcelo Bombom, investigador do Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital).
O que levantou suspeitas foi o suposto envolvimento de Roberval em um esquema para recuperar um helicóptero apreendido por decisão judicial. Segundo as investigações, ele teria desembolsado R$ 700 mil aos policiais para conseguir documentos forjados com o objetivo de ocultar a verdadeira propriedade da aeronave, avaliada em alto valor. Além do helicóptero, durante a operação, a polícia apreendeu armas, grande quantidade de dinheiro em espécie e um carro de luxo que, segundo os agentes, estava em posse de um advogado relacionado a Marcelo Bombom.
Os investigadores também identificaram possíveis práticas de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e vazamento de informações sigilosas ao longo do processo. Para garantir que os envolvidos não continuassem a movimentar recursos, a Justiça bloqueou bens e valores somando R$ 12 milhões ligados aos investigados. Um dado que não passou despercebido foi o fato de Marcelo Bombom já acumular sua terceira prisão preventiva decretada por suspeitas parecidas.
A notícia provocou reação imediata no mundo das corridas: a Mercedes-Benz, montadora ligada ao campeão de 2002, 2010 e da Copa Truck de 2018, anunciou o afastamento do piloto de suas atividades. O impacto se espalhou tanto entre fãs quanto entre patrocinadores, levantando discussões sobre reputação e responsabilidade no esporte.
Por enquanto, a defesa de Marcelo Bombom, liderada pelo advogado Eugênio Carlo Malavasi, garante que vai apresentar provas da inocência do policial civil nos processos criminais em andamento. Já Roberval de Andrade não se manifestou oficialmente, mas fontes próximas dizem que a estratégia será enfrentar as acusações com a documentação detalhada das ações feitas nos últimos meses.
Em meio às buscas, chama atenção o arsenal encontrado com os suspeitos e o volume de dinheiro guardado de forma ilícita, além do alto padrão dos bens circulando entre os envolvidos, uma característica de operações de lavagem de dinheiro. Quem acompanha de perto casos assim afirma que a PF tem reforçado o combate a esquemas sofisticados, onde o tráfico de influência e a corrupção misturam o mundo do crime ao de figuras públicas conhecidas.
A investigação promete se estender por mais meses, já que os órgãos de controle seguem vasculhando contas bancárias, registros de propriedade e contatos telefônicos dos investigados.
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