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Ecuador e Bolívia se enfrentam nas eliminatórias da Copa do Mundo de 2026 em duelos com forte desequilíbrio histórico

Quando o Ecuador receber o Bolívia no Estadio Monumental Banco Pichincha em Guayaquil, os torcedores sabem: não é só mais um jogo das eliminatórias da Copa do Mundo. É a continuação de uma história de dominação quase absoluta. Os equatorianos venceram 15 das 18 partidas oficiais contra os bolivianos desde 2004, marcando 41 gols — uma média de 2,3 pontos por jogo. Já a Bolívia, em todo esse período, venceu apenas uma vez. E isso, mesmo jogando em casa, em altitudes que derrotam até atletas de elite.

Um duelo que nunca foi equilibrado — e por quê?

A diferença entre as duas seleções não é só de técnica ou tática. É de contexto. O Estadio Hernando Siles, em La Paz, a 3.600 metros de altitude, já foi um inferno para visitantes. Mas agora, o jogo na Bolívia será no Estadio Municipal de El Alto, a 4.150 metros — mais alto que qualquer estádio da Europa. A pressão atmosférica lá é cerca de 60% da que se encontra no nível do mar. Jogadores de fora mal conseguem respirar direito nos primeiros 20 minutos. E mesmo assim, o Ecuador vem vencendo. Não por acaso.

Na última rodada das eliminatórias da Copa de 2022, o Ecuador venceu por 3-0 em La Paz. Em 2019, venceu por 2-0 no mesmo lugar. Em 2016, empatou por 1-1. A Bolívia só venceu em 2011, em casa, por 2-1. Desde então, o equilíbrio desapareceu. Os dados da Sofascore mostram algo ainda mais assustador: nas últimas cinco partidas contra o Ecuador, a Bolívia sofreu em média 2,6 gols por jogo. Enquanto isso, a equipe equatoriana sofre apenas 0,2 por partida. É como se o time da Bolívia entrasse em campo sabendo que vai sofrer — e não tem força para reagir.

As partidas de 2025: onde e quando?

As duas partidas estão confirmadas para 2025, mas os dias exatos ainda não foram divulgados pela CONMEBOL. A primeira será em Guayaquil, onde o Estadio Monumental Banco Pichincha fica ao nível do mar — um alívio para os jogadores da Bolívia, mas um cenário perfeito para a pressão ofensiva do Ecuador. A segunda, em El Alto, será um teste de resistência física e mental. As odds das casas de apostas refletem essa realidade: o Ecuador aparece como favorito com +220, enquanto a Bolívia, mesmo em casa, tem odds de +268. Ou seja: apostadores veem a vantagem da altitude como insuficiente para superar a superioridade técnica.

Curiosamente, os resultados nas categorias de base não ajudam a Bolívia a manter a esperança. Em abril de 2025, a seleção sub-17 boliviana venceu a sub-17 equatoriana por 1-0 — um dos poucos momentos de luz nos últimos anos. Mas em janeiro, a sub-20 do Ecuador venceu por 2-1. E em outubro, as mulheres equatorianas aplicaram uma goleada de 4-0, com gols de Mayerli Rodríguez, Stefany Cedeño, Milagro Barahona e Karen Flores. A Bolívia não vence em nenhuma categoria principal desde 2011. E isso pesa.

Por que isso importa para a classificação à Copa do Mundo?

Na classificação da CONMEBOL, cada ponto é ouro. O Ecuador, atualmente entre os quatro primeiros colocados, precisa de vitórias contra times considerados mais fracos — e a Bolívia é um deles. Uma derrota em casa, ou até um empate em El Alto, pode ser fatal para suas chances. Já a Bolívia, que vive na zona de rebaixamento, precisa de um milagre. A vitória em casa seria sua primeira contra o Ecuador em 14 anos. Mas o que vemos é que o time boliviano não tem mais confiança. Os jogadores não gritam, não pressionam. Parecem resignados.

Os técnicos ainda não divulgaram os elencos prováveis. Mas já se sabe: o Ecuador vai contar com Enner Valencia, o artilheiro da última campanha, e o jovem volante Andrés Perea, que tem se mostrado essencial no meio-campo. A Bolívia, por outro lado, ainda busca um líder. O veterano Lucas Torreira não está na seleção — e ninguém surgiu para substituí-lo. O técnico Julio César Baldivieso precisa criar algo novo, rápido. Ou a desesperança se tornará tradição.

O que vem depois? O impacto da altitude e da pressão

A altitude de El Alto não é só um detalhe geográfico. É uma arma psicológica. Mas hoje, ela não funciona mais como antes. Equipe como o Brasil, a Argentina e até o Chile já venceram lá. O que mudou? A preparação física. Hoje, times como o Ecuador treinam em altitude antes de viajar. Usam câmaras hipóxicas. Fazem análises de oxigenação sanguínea. A Bolívia, por outro lado, ainda vive da tradição. Do mito de que "ninguém vence aqui". Mas já venceram. E perderam. Muito.

As transmissões ainda não foram anunciadas, mas é quase certo que a Fox Sports e a ESPN transmitirão os jogos na América Latina e nos EUA. No Brasil, a TV Globo e o Star+ devem ter os direitos. Mas o que importa não é onde assistir. É entender: este é um confronto que define identidades. O Ecuador, que quer voltar a ser uma potência sul-americana. A Bolívia, que luta para não desaparecer do mapa do futebol.

As últimas estatísticas que explicam tudo

  • 15 vitórias do Ecuador em 18 jogos desde 2004
  • 41 gols marcados pelo Ecuador contra apenas 16 da Bolívia
  • 2,3 pontos por jogo do Ecuador — 0,9 da Bolívia
  • 0% de vitórias na handicap asiática da Bolívia nas últimas 5 partidas contra o Ecuador
  • 60% de partidas com mais de 2 gols quando a Bolívia joga em casa contra o Ecuador

Frequently Asked Questions

Por que o Ecuador vence tanto contra a Bolívia, mesmo jogando fora de casa?

O Ecuador tem uma estrutura tática mais sólida, com jogadores bem preparados fisicamente e que treinam em altitude antes das viagens. Além disso, a equipe tem maior consistência nas categorias de base, o que garante um fluxo constante de talentos. A Bolívia, por outro lado, sofre com instabilidade técnica e falta de investimento em formação, o que torna difícil manter um nível competitivo constante.

A altitude de El Alto ainda é uma vantagem real para a Bolívia?

A altitude ainda causa desconforto, mas não é mais um fator decisivo. Seleções como Brasil, Argentina e até Chile já venceram lá. Hoje, times como o Ecuador usam tecnologia para se adaptar — câmaras hipóxicas, rotinas de acclimatization e análise de sangue. A vantagem da altitude virou um mito superado pela preparação moderna.

Quais jogadores podem decidir a partida entre Ecuador e Bolívia?

No Ecuador, Enner Valencia é o principal ameaça, com sua experiência e finalização. O volante Andrés Perea controla o jogo e distribui as jogadas. Já na Bolívia, o jovem atacante Carlos Vargas e o meia Diego Vargas são os principais nomes em ascensão, mas ainda não têm a confiança ou a consistência para mudar o curso do jogo sozinhos.

O que acontece se a Bolívia perder as duas partidas contra o Ecuador?

Se a Bolívia perder os dois jogos, suas chances de classificação caem para menos de 5%. Ela precisaria vencer todos os outros confrontos e esperar por resultados inesperados. Mesmo assim, o saldo de gols seria insuficiente. O time está em risco direto de rebaixamento e pode terminar a campanha na última colocação — algo que não acontece desde 2002.

Quando serão divulgadas as datas exatas dos jogos?

A CONMEBOL costuma anunciar as datas exatas das eliminatórias cerca de 30 a 45 dias antes do início da janela. As partidas entre Ecuador e Bolívia devem ocorrer entre setembro e outubro de 2025, provavelmente nos dias 7 e 11, quando as seleções terão pausas nas ligas nacionais.

Há alguma chance da Bolívia vencer em El Alto?

A chance existe, mas é remota. Só se a equipe boliviana jogar com uma intensidade jamais vista, com uma defesa organizada e aproveitando todos os contra-ataques. Mas, historicamente, a Bolívia não tem criatividade ofensiva contra o Ecuador. E a pressão de um estádio lotado pode acabar pesando mais do que ajudando.

novembro 20, 2025 / Futebol Internacional /