Quando Chico Filho, presidente da Câmara Municipal de Maceió recebeu a delegação da BRK Ambiental em 7 de maio de 2025, a capital alagoana, Maceió, já sofria com reclamações sobre água e esgoto.
Desde que a concessão foi assinada em 2021, a BRK Ambiental tem sido responsável por captar, tratar e distribuir água, além de coletar e tratar esgoto em mais de 300 mil residências. Mas, quatro anos depois, o descontentamento popular só cresce.
Os moradores apontam contas inflacionadas, interrupções frequentes no abastecimento, obras que parecem não ter fim e, pior ainda, a falta de informações claras sobre quais bairros já estão sanitizados.
Contexto da concessão da BRK em Maceió
A licitação que entregou a operação à BRK Ambiental foi considerada "modelo" em 2021, com metas agressivas de ampliar a cobertura de saneamento para 95% da população até 2028. O contrato prevê investimentos de R$ 2,3 bilhões, mas a maior parte desses recursos ainda não apareceu nas obras.
Especialistas apontam que a falta de transparência na execução dos projetos dificulta o acompanhamento da população e, consequentemente, o controle social.
Reunião de 7 de maio: demandas dos vereadores
Treze vereadores compareceram ao encontro, entre eles Silvania Barbosa, Jeannyne Beltrão, Teca Nelma e Luciano Marinho. Eles questionaram a empresa sobre:
- Valor das tarifas de esgoto e peso das contas de água.
- Contratos de prestação de serviço e suas cláusulas de reajuste.
- Estado das obras em curso e prazos de conclusão.
- Mapa atualizado de saneamento da capital – documento que a BRK não apresentou.
O presidente da Câmara, Chico Filho, reforçou que “é importante que a transparência seja um pilar da relação entre a concessionária, os consumidores e o Poder Legislativo”.
Reação e propostas: reativação da Comissão Especial
No dia seguinte, 8 de maio, a bancada retomou a discussão na sessão de plenário. O vereador Luciano Marinho propôs a reativação da Comissão Especial de Fiscalização da BRK, criada em 2023 mas arquivada por falta de apoio. A proposta recebeu acenos de concordância de praticamente todos os presentes.
Já Jeannyne Beltrão apontou que, depois de quatro anos, a concessionária ainda não divulgou quais bairros já contam com redes de coleta de esgoto, gerando insegurança nos moradores.
Impactos recentes: fechamento da ETA Bica da Pedra
Em 17 de maio, às 22h25, a Estação de Tratamento de Água Bica da Pedra, localizada em Marechal Deodoro, foi interrompida por alteração na qualidade da água bruta. A intervenção, feita pela BRK Ambiental, deveria terminar na manhã do dia 18.
O corte afetou as regiões de Massaguéira, Praia do Saco e Santa Rita, que ficaram sem abastecimento por algumas horas. O retorno gradual do serviço deixou a população ainda mais apreensiva quanto à capacidade de resposta da empresa.
Próximos passos e expectativas
Além da reativação da comissão, o presidente Chico Filho prometeu agendar novos encontros com os representantes das companhias Casal, Sanama e Arsal, que também operam no setor de água e esgoto na região metropolitana.
Enquanto isso, a BRK Ambiental disponibilizou canais de atendimento ao consumidor: o telefone 0800 771 0001, o WhatsApp (11) 99988‑0001 e o Instagram @brkalagoas, onde publica atualizações de obras e avisos de interrupção.
Fatos principais
- Data da reunião: 7 de maio de 2025.
- Participantes: 13 vereadores, incluindo Luciano Marinho e Jeannyne Beltrão.
- Principais demandas: transparência nas tarifas, mapa de saneamento atualizado e reativação da Comissão Especial.
- Interrupção da ETA Bica da Pedra: 17/05/2025, impactando três bairros.
- Canal de contato da BRK Ambiental: 0800 771 0001.
Perguntas Frequentes
Como a falta de transparência da BRK afeta os moradores de Maceió?
Sem dados claros sobre tarifas e áreas atendidas, o consumidor não consegue planejar seu orçamento nem cobrar melhorias. Essa opacidade gera desconfiança e aumenta as reclamações nos canais de atendimento municipal.
O que a Comissão Especial de Fiscalização da BRK poderia fazer?
A comissão teria poder de solicitar documentos como o mapa de saneamento, revisar contratos, acompanhar a execução de obras e propor sanções caso a empresa não cumpra metas estabelecidas no contrato de concessão.
Quais bairros foram mais impactados pela paralisação da ETA Bica da Pedra?
Massaguéira, Praia do Saco e Santa Rita ficaram sem água por várias horas. O abastecimento foi restabelecido gradualmente a partir da manhã de 18/05, mas os moradores relataram pressão baixa e interrupções intermitentes.
Quais canais a população pode usar para registrar reclamações?
A BRK Ambiental disponibiliza o telefone gratuito 0800 771 0001, WhatsApp (11) 99988‑0001 e o perfil no Instagram @brkalagoas, onde também são publicadas as atualizações de obras e interrupções programadas.
Qual a expectativa da Câmara Municipal para o futuro da concessionária?
A expectativa é que, com a reativação da comissão e o diálogo mais próximo entre a BRK Ambiental e a população, os investimentos prometidos sejam acelerados, as tarifas se tornem mais justas e a cobertura de saneamento atinja as metas contratuais até 2028.
Comentários (12)
Luziane Gil
outubro 7, 2025 AT 21:33Concordo plenamente que a transparência é essencial para reconquistar a confiança dos maceioenses. A BRK precisa publicar o mapa de saneamento atualizado e detalhar os reajustes tarifários. Além disso, a reativação da Comissão Especial pode garantir que os investimentos prometidos sejam efetivamente aplicados. Espero que o diálogo continue aberto e que a população seja ouvida em cada etapa. Vamos torcer para que as obras avancem sem mais atrasos.
Cristiane Couto Vasconcelos
outubro 7, 2025 AT 22:40Precisamos de respostas claras da BRK e das prefeituras
Deivid E
outubro 7, 2025 AT 23:30Mais do mesmo sem inovação.
Túlio de Melo
outubro 8, 2025 AT 00:53É importante refletir sobre o papel da concessão no contexto de direitos humanos ao saneamento. Quando a população não tem acesso a informações precisas, sua capacidade de exigir melhorias fica comprometida. A falta de um mapa atualizado impede que cidadãos identifiquem se suas áreas já foram contempladas. Além disso, a recorrente interrupção de abastecimento gera insegurança e aumenta o custo de vida. A Comissão Especial pode atuar como ponte entre a comunidade e a empresa, fiscalizando metas e prazos. Portanto, a pressão dos vereadores é legítima e necessária.
Jose Ángel Lima Zamora
outubro 8, 2025 AT 02:00De acordo com a legislação vigente, a empresa concessionária tem a obrigação de garantir a prestação de serviços de água e esgoto com qualidade, continuidade e preço justo. O contrato de concessão firmado em 2021 estipula metas claras, inclusive a ampliação da cobertura para 95% da população até 2028, o que representa um compromisso assumido perante a sociedade. Contudo, a ausência de relatórios de progresso e a opacidade nos reajustes tarifários configuram violação dos princípios da transparência e da boa-fé contratual. É imprescindível que a autoridade competente exija da BRK a publicação dos documentos referentes ao cronograma de obras e ao detalhamento de custos. A reativação da Comissão Especial de Fiscalização, proposta pelo vereador Luciano Marinho, se mostra como mecanismo eficaz para monitorar o cumprimento das cláusulas contratuais. Ademais, a participação ativa dos cidadãos, por meio dos canais de reclamação, é fundamental para o controle social. Recomenda-se ainda que sejam estabelecidos indicadores de desempenho que permitam a avaliação objetiva das ações da concessionária. Assim, será possível alinhar os interesses públicos e privados, garantindo a efetividade da política de saneamento.
Jeferson Kersten
outubro 8, 2025 AT 02:50A documentação exigida pela concessionária deve estar disponível para consulta pública, conforme preconiza a Lei de Licitações. Sem a visualização dos contratos, não há como aferir se os reajustes estão em conformidade com os índices regulatórios. Ademais, a falta de um mapa atualizado de saneamento prejudica o planejamento urbano e gera desperdício de recursos. A comissão de fiscalização tem competência para solicitar auditorias independentes e impor sanções cabíveis. Essas medidas são essenciais para restabelecer a credibilidade da BRK perante a comunidade.
Jeff Thiago
outubro 8, 2025 AT 04:30A análise detalhada dos relatórios financeiros da BRK revela incongruências alarmantes que não podem ser ignoradas. Em primeiro lugar, a disparidade entre o montante investido declaradamente e o progresso físico das obras evidencia má gestão dos recursos públicos. Em segundo lugar, os reajustes tarifários aplicados nos últimos dois anos ultrapassam em muito a inflação oficial, demonstrando ausência de justificativa econômica plausível. Ademais, a ausência de um mapa de cobertura atualizado impede a verificação da efetiva expansão da rede de esgoto, configurando uma violação clara dos termos contratuais. A reativação da Comissão Especial, proposta pelos vereadores, não é apenas recomendável, mas imprescindível para o exercício do controle social. Sem monitoramento rigoroso, a concessionária pode continuar a dilapidar recursos enquanto os consumidores arcam com contas inflacionadas. Por outro lado, a meritória do poder legislativo municipal ao solicitar informações detalhadas reforça o princípio da prestação de contas. Quanto à interrupção da ETA Bica da Pedra, o evento demonstra fragilidade operacional que deveria ter sido mitigada por planos de contingência robustos. Além disso, a comunicação tardia ao público denota falta de transparência e respeito ao usuário final. É absolutamente necessário que a BRK publique, de forma imediata, relatórios de auditoria independente, bem como um cronograma revisado das obras pendentes. Só assim será possível restabelecer a confiança da população e garantir que os objetivos de cobertura de 95% até 2028 sejam realisticamente atingidos. Em síntese, a combinação de falta de transparência, reajustes injustificados e gestão ineficiente justifica uma postura de rigoroso escrutínio por parte da Comissão Especial. O desfecho positivo dependerá da capacidade dos vereadores e da sociedade civil de exercer pressão contínua e fundamentada. Em última análise, o saneamento básico é um direito constitucional, e sua efetivação não deve ser comprometida por interesses corporativos obscuros. Portanto, a sociedade deve permanecer vigilante e exigir respostas concretas a cada etapa do processo.
Marty Sauro
outubro 8, 2025 AT 05:37É incrível como a BRK sempre consegue atrasar as obras e ainda cobrar mais, não? Parece que transparência é um conceito abstrato que eles ainda não aprenderam. Boa sorte para quem realmente quer água limpa sem drama.
Aline de Vries
outubro 8, 2025 AT 06:27Eu acho q a gente não pode ficar só reclamando, tem q cobrar e exigir documentos. Essa falta de mapa atual tá deixando todo mundo no escuro, e isso é inaceitavel. A comissão especial tem q ter poder real pra analisar contratos e prazos. Se a BRK não mudar de atitude, a população vai se revoltar de novo. Vamos ficar de olho e não deixar passar nada.
Wellington silva
outubro 8, 2025 AT 07:00Concordo com a análise do colega, especialmente quanto à necessidade de indicadores de performance (KPIs) claros. O uso de dashboards de monitoramento poderia facilitar a visualização do avanço das obras. Além disso, a integração de dados GIS no mapa de saneamento traria transparência e agilidade nas decisões. Essa abordagem técnica pode realmente elevar o padrão de fiscalização.
Mauro Rossato
outubro 8, 2025 AT 07:33É cada vez mais óbvio que a burocracia virou um show de horrores, mas a gente não desiste. A criatividade da gente pra driblar esses perrengues ainda impressiona. Vamos transformar esse caos em oportunidade de mudança.
Tatianne Bezerra
outubro 8, 2025 AT 08:07Chega de papo mole, a BRK precisa agir já! Exijam respostas detalhadas e cobrem cada centavo investido. Quem ficar parado vai ser cúmplice desse descaso. Vamos arregaçar as mangas e lutar por água digna!